quarta-feira, 11 de junho de 2014

Rock in Rio - A História do maior festival de música do mundo

Resumo Livre com comentários pessoais de Lady Taylor
Autor do livro: Luiz Felipe Carneiro – Ed. Globo




Apresentação : janeiro de 1985.. Inicia falando o seguinte:

“ Freddie Mercury regendo mais de 250 mil pessoas enquanto tentava cantar – love of my life....”

(*) Interessante o uso do verbo “ tentar” na construção desta frase: realmente Freddie tentou porque os fãs e as pessoas presentes assumiram os vocais desta música. Fato este que em 2008, o próprio Brian May disse: “Ninguém canta esta música como vocês.” ( Via Funchal – São Paulo).
Vale ressaltar aqui, que a cena famosa aonde Freddie Mercury literalmente “ engole” as lágrimas foi no show do dia 18/01 porque a plateia tentou ser  melhor que  a da noite do dia 11/01/85.
O restante da apresentação do livro do Luiz ressalta as peculiaridades das grandes estrelas que passaram pela 1ª edição do evento Rock in Rio. Nos deteremos aqui apenas aos dados referentes à banda Queen, mas já convidamos os fãs e apreciadores de rock a  ler o livro e assim saber maiores detalhes deste festival em suas muitas edições e, claro, curiosidades de sua banda e/ou artista favoritos.

Cap. 1= Como tudo começou.. Neste capítulo fala do surgimento da ideia do Rock in Rio, das dificuldades do projeto e de se conseguir realizar este projeto
.
Números do Rock in Rio 1 – O Top:

5º lugar : Nina Hagen esquecida por muitos nos dias de hoje, mas em 85... ela “ causou”...
4ª lugar: O renascimento de James Taylor
3º lugar: Queen cantando “ Love of my life”. A maior orquestra de vozes da história do rock.
2º lugar: A cidade do rock – inesquecível.. foi o início da reviravolta mundial do brasil em relação ao showbusiness.
1º lugar : a lama

(*) lembro-me que muitos acabaram chamando o Rock in Rio , como Rock in lama.

Num segundo momento o autor revela a lista inicial das “ estrelas internacionais” que seriam convidadas para o evento e relata alguns encontros com produtores e managers, alguns muito ruins e outros nem tanto.. Ele diz: Jim Beach, o manager do Queen foi muito educado. Disse que não acreditava muito no projeto deste tipo se não fosse apresentado por um empresário americano, isso porque em 1981 quando o Queen veio pela primeira vez tocar no Brasil, havia um show agendado no Rio, mas o governados da época Chagas Freitas “ proibiu” a presença da banda.
O autor ainda ressalta que Jim Beach agradeceu o convite mandando uma garrafa de champanhe.
O 1º artista que confirmou a presença no festival foi Ozzy Osbourne e em seguida o Queen, que como na época era a banda pop/rock mais influente do planeta, acabou abrindo as portas para que os demais acreditassem também no evento e assim, aceitassem o convite.

(*) Mais um ponto para o Queen.(rs)

Na página 27 = Para facilitar ainda mais as coisas, Jim Beach deu uma generosíssima declaração à imprensa inglesa no Hotel Savoy em Londres.

“ Tenho total confiança em que este festival será um extraordinário sucesso.”
... retomando a fala de Jim:

“Este é o 1º show profissional que já lidei no Brasil. Gostaria de dar meu testemunho favorável ao pessoal altamente gabaritado e aos profissionais verdadeiramente responsáveis com os quais estou lidando na organização do Rock in Rio.”

Dia 11 de janeiro de 1985 – Agora é pra valer!

- Ney Matogrosso
-Pepeu Gomes e Baby Consuelo
- Erasmo Carlos
-Iron Maiden
-Queen ( EU FUI!!!!) e no dia 18/01 TAMBÉM!!!

Freddie Mercury é o show!!!! ( págs. 64 a 71)

Assim que o helicóptero de FM sobrevoava a “ Cidade do Rock”, começava a corrida dos profissionais ao camarim gritando:
Esquenta saquê a 20º. Essa foi a instrução mais importante mais importante que Khader recebeu dos produtores do festival. O restante da banda havia chegado mais cedo, pois viajaram separadamente.
Quando o helicóptero chegou e Freddie desceu foi desenhado uma das imagens mais hilárias do festival e que alguns poucos tiveram oportunidade de presenciar. Vestido uma roupa de couro preto e uma chapéu estilo caubói, desfilando à estilo Megastar!!!
Em seguida ( segundo o autor), Freddie teria tido ao longo do “ corredor dos camarins” seu 1º chilique. Alguns artistas aguardavam ansiosos a passagem da “ estrela” maior do Rock in Rio, mas Freddie teria exigido que retirassem todos em  5 minutos. Assim Khader atendeu a solicitação de “ sua majestade” porque o Queen, era sem dúvida, a grande banda do Rock in Rio. É claro que surgiram protestos  dos artistas brasileiros, mas partiu de Erasmo Carlos ajudar os organizadores e assim foi feito. Assim que Freddie começou sua passagem pelo corredor, começaram  simultaneamente os gritos de “ bicha”.. “bicha”...
Então Freddie perguntando o que isso significava, teve como resposta: estão te exaltando!!!
Mas Freddie, sensível demais e mais inteligente ainda, conseguiu entender o que de fato se passava, mesmo não compreendendo o idioma, chegando então em seu camarim, perguntou:
Aqui no Brasil tem furacões??
Ao ouvir a resposta que provavelmente não, talvez uma tempestade tropical... Freddie respondeu que então seria o que iria se passar por lá ( o camarim), pois neste exato momento, ele destruiu literalmente tudo.
O autor ressalta algumas observações feitas do ocorrido, como a garrafa de saquê pegando fogo e o fato de Freddie ter gritado aos 4 ventos que não haveria mais show do Queen.


(*) Ainda bem que teve, pois os privilegiados que puderam desfrutar deste megashow, como eu, vivenciaram algo indescritível mesmo na melhor qualidade de som e imagem dos dias de hoje, nas versões de DVD ou blu-ray.

Voltando ao fatídico dia, três arrumadeiras se desdobraram para dar um jeito no estrago feito, enquanto Freddie ficou imóvel no meio do camarim, chutando todo lixo que era tentado ser tirado de lá.
Outro fato relatado no livro é sobre a música que falava sobre “ desmunhecar” – ou seja – “I want break free”... e ainda é colocada a resposta de Roger quando questionado sobre o fato, o loiro disse:

 - Olha, eu sou casado e tenho filho.

Aliás, na página seguinte, o autor conta sobre as festas e os motivos teóricos para que Brian er Freddie ficassem em u hotel, enquanto Roger e John ficassem em outro ( fatos estes, que nós fãs conhecemos muito bem).
Nas duas páginas dedicadas ao show da banda, acontecem informes técnicos como set list, considerado perfeito, a  presença e participação do público cantando o mesmo, a inesquecível participação do público cantando o mesmo, a inesquecível participação na música “ Love of my life”.



(*) Me sinto lisonjeada em poder dizer que eu de fato e verdade, fui uma das 250 mil pessoas que cantaram Love of my life... durante o Rock in Rio e sou responsável.. pelas lágrimas que correram no rosto de Mr. Bulsara.

A jornalista Ana Maria Bahia, do jornal “ O Globo”, resume assim o show da banda Queen:

“ Uma verdadeira antologia de quase todos os estilos do rock, uma aula de uso de efeitos no palco e de total controle de público – essa foi a apoteótica apresentação do Queen, alta madrugada de sábado, encerrando a primeira noite do Rock in Rio.” (pág.71)
Nas páginas 148 e 149 do livro, relembram o sucesso que a banda fez em seu 2º show e o fato de Brian ter relembrado deste sucesso em 2008 ( fala minha), e ainda uma curiosa informação de que Freddie presenteou Medina ( idealizador do festival), uma tela grafitada de Dali que até  hoje está  na casa  do empresário.


Algumas observações feitas  por mim:

Não querendo, mas já abrindo a discussão.. Inicio estes comentários dizendo que muito me entristece toda vez que leio algo que relacione Freddie Mercury à sua sexualidade. Um artista único, ímpar e mundialmente reconhecido por críticos, público e artistas, com uma legião de seguidores e fãs, foi sem dúvida muito mais que uma pessoa com esta ou aquela opção ou orientação sexual, e que merece ser reverenciado por sua obra,  que merece admiração e acima de tudo respeito.
Freddie enquanto pessoa era o que era, como todos nós: Tinha seus defeitos, inseguranças, medos, limitações e mais inúmeras qualidades enquanto pessoa e artista.
Tive o privilégio de ver , ouvir, sentir, estar presente em 4 ( quatro) shows da banda Queen com ELE nos vocais aqui no Brasil ( 1981 e 1985).. e posso ressaltar que em momento algum em nenhum destes shows ofensas, apologia a sexo ou a orientação sexual, apesar de Freddie ser um homem extremamente sensual e sexual no palco, chegando a seduzir  de fato seu público...pelo carisma e talento.
 O que vi, foi um MONSTRO no palco, no sentido de algo imenso em relação a talento e presença de palco, com um  dom de seduzir e hipnotizar 250 mil pessoal.. Vi também um artista consagrado verter lágrimas ao vivenciar um  “ bando de tupiniquins” cantando  Love of my life.
Ainda acrescento.... Vi alguém que media cerca de 1:72 cm, muito menor que a medida de Brian May, que beira a 1:85 cm, mas que no palco crescia  de tal maneira que ele ( freddie) parecia da mesma altura ou até mais alto que Brian.
 Fora do palco, vi ( e tive o privilégio.. ou benção de ter estado com ele).. um homem que parecia reservado, tímido, mas muito doce e atento e com um par de olhos cor jabuticaba que não só brilhavam muito mas que tudo viam e moviam-se agitadamente pra todos os lados.
 Posso aqui  , dizer que para mim ele parecia alguém que deixou uma sensação de ser amigo, daqueles pra todas as horas, uma pessoa intensa, espontânea .. sim.. pois ele era extremista até em suas características de personalidade.. que falava com o corpo, os olhos que não se importava de tocar em você e que sentindo-se confortável no momento ou situação, apresentava-se como se “ estivesse em casa” e te tratar  carinhosamente.
Enfim, se Freddie deu “ chiliques” como é relatado no livro.. todos nós sabemos das exigências loucas  e muitas vezes absurdas de várias “ estrelas” em shows e/ou eventos.
 Confesso aqui que não sei classificar ( talvez por ser fã dele), se foi errado.. arrogante.. surto de estrelismo.. autoafirmação.. ou algo nesta linha..
O que sei.. é que nada justifica chamar um astro, a estrela maior do evento, um ser humano de bicha ou viado porque ele foi de fato, a grande majestade da música; adjetivo este que não pode ser usado no sentido pejorativo.. mas com reverência a este mega-hiper-ultra artista
.
 Termino aqui meus comentários com a frase dita por Medina:


 “ Meu sonho é que o Rock in Rio esteja para a música como a  Copa do Mundo está para o futebol.”

... sendo assim.. poderíamos dizer que Freddie Mercury e o Queen.. é a seleção dos sonhos, com Ronaldo, Neymar, Romário, Kaká, Rivelino, Garrincha, Pelé.. Cristiano Ronaldo, Messi.. e tantos outros craques.. mas todos em uma só pessoa.



 O livro  de um pouco mais de 380 páginas, traz comentários do Rock in Rio I, II e III, falando detalhes de cada artista que  passaram por estes eventos.
 Aos amantes do rock , pop, hard rock, e tantos outros gêneros musicais.. posso dizer que é um livro para ser lido  para se conhecer um pouco mais desta trajetória histórica musical no Brasil.. e claro fazer suas análises e comentários.
 Ah! Sim.. existem outros livros que falam do festival.. histórias contadas por quem lá esteve.. bastidores e tudo mais.. estou atrás destes e assim que ler os mesmo.. certamente registrarei meus comentários aqui.