Como o autor deste relato feito em 8 partes é alguém que esteve diretamente ligado á banda e ao evento, irei aqui apenas compartilhar com vocês este material.
espero que curtam tanto quanto eu.. Aos que foram relembrar.. aos que não puderam lá estar.. sintam-se.. em casa.
QUEEN NO MORUMBI - POR SERGIO MATTAR
Parte 1:
Olá amigos,
Naquela noite fria de 1981, estava tremendo como se fosse a primeira vez
que teria tal responsabilidade ….
Tive a felicidade e a honra de ser o primeiro diretor brasileiro a
dirigir um concerto ao ar livre no Brasil e dos bastidores.
Gostaria de contar um pouco do Queen desde a Argentina, onde descansavam
até o momento que embarcaram para o Brasil.
Estava Walter Clark e eu conversando, quando o telefone toca …
Do outro lado o Poladian (importante produtor de espetáculos):
(aos berros)
“Sabe quem está descansando na Argentina?”
Pausa:
“Quem?”
“Ele maldosamente”:
“Q U E E N”
Coloquei a mão no bocal do telefone e traduzi pro Walter.
Do outro lado o Poladian (importante produtor de espetáculos):
(aos berros)
“Sabe quem está descansando na Argentina?”
Pausa:
“Quem?”
“Ele maldosamente”:
“Q U E E N”
Coloquei a mão no bocal do telefone e traduzi pro Walter.
Rapidamente o que o bom Poladian tinha dito.
Ele deu um salto.
“E o que estamos fazendo aqui?”
Combinamos um encontro com o Manoel Poladian … Fomos embora.
Conversamos e na manhã seguinte eu estava a caminho de Buenos Aires.
De cara nos gostamos … eram muito simpáticos e gente muito boa. Mesmo …
Eles tinham findado uma temporada pela América do Sul.
Deram um tempo na Argentina e de lá retornariam para Londres.
Bem, o interessante foi convence-los a REALIZAREM um concerto em São Paulo, substituindo uma exibição no Rio de Janeiro que havia sido censurada pelo então Governador do Estado da Guanabara.
Ele deu um salto.
“E o que estamos fazendo aqui?”
Combinamos um encontro com o Manoel Poladian … Fomos embora.
Conversamos e na manhã seguinte eu estava a caminho de Buenos Aires.
De cara nos gostamos … eram muito simpáticos e gente muito boa. Mesmo …
Eles tinham findado uma temporada pela América do Sul.
Deram um tempo na Argentina e de lá retornariam para Londres.
Bem, o interessante foi convence-los a REALIZAREM um concerto em São Paulo, substituindo uma exibição no Rio de Janeiro que havia sido censurada pelo então Governador do Estado da Guanabara.
Enquanto isso em São Paulo, o Clark e o Poladian negociavam com os
dirigentes do São Paulo FC., O Estádio do Morumbi.
Voltando pra Buenos Aires … pra minha satisfação eles (Queen)
perceberam na minha proposta a possibilidade de torná-los mais populares
no Brasil. Foi emocionante … Daí pra frente muitas perguntas interessantes
sobre a nossa terrinha, etc …
Claro que valorizei o Brasil, mas não menti. Brilhavam os olhos dos
meninos, ao contrário do seu gerente, que a toda hora cortava nossa conversa.
Viemos no dia seguinte pra São Paulo. A Trupe e. .. eu!
Graças ao bom Deus, o tempo estava maravilhoso. Céu azul, brisa fresca, tudo lindo, afinal.
Fomos do aeroporto para o hotel, onde já nos esperava Manoel .
Num papo de meia hora, saíamos do hotel, com um sorriso de lado a lado.
Tínhamos uma bomba nas mãos. Só não sabíamos se era uma bomba amiga ou não!
Dividimos o trabalho, o Poladian o Walter e eu.
Confesso que estava emocionado. Seria este um passo importante que estava dando na minha carreira. Fazer a Direção Geral do Queen e ser o realizador do evento. Estava muito feliz.
Muito mesmo …
No
próximo texto: O emocionante encontro dos paulistas com a banda Queen.Viemos no dia seguinte pra São Paulo. A Trupe e. .. eu!
Graças ao bom Deus, o tempo estava maravilhoso. Céu azul, brisa fresca, tudo lindo, afinal.
Fomos do aeroporto para o hotel, onde já nos esperava Manoel .
Num papo de meia hora, saíamos do hotel, com um sorriso de lado a lado.
Tínhamos uma bomba nas mãos. Só não sabíamos se era uma bomba amiga ou não!
Dividimos o trabalho, o Poladian o Walter e eu.
Confesso que estava emocionado. Seria este um passo importante que estava dando na minha carreira. Fazer a Direção Geral do Queen e ser o realizador do evento. Estava muito feliz.
Muito mesmo …
Parte 2:
“Os bastidores do Queen”
A primeira coisa que fiz, realmente foi ficar um
dia sem contato com ninguém.
Dia seguinte:
Sentei em minha cadeira, dei uma boa espreguiçada e convoquei a turma operacional da Bandeirantes.
Ninguém sabia de nada ainda…
Sentei em minha cadeira, dei uma boa espreguiçada e convoquei a turma operacional da Bandeirantes.
Ninguém sabia de nada ainda…
Quando o Carlos Alberto Bottini (diretor de
operações) entrou com aquele seu indefectível sorriso (um dos caras mais
queridos da televisão brasileira) e, eu de mansinho comecei a contar pra ele o
que estávamos aprontando.
Descolorou!!! e quase aos prantos:
“Não”… levando as mãos á testa e tombando dramaticamente no sofá em frente a minha mesa.
Se recompondo:
“É verdade isto? Não é ?… brincadeira ?… confessa!!
Eu calmamente degustando aquele momento disse.
“Botta, quero doze câmeras e uma mesa de som imbatível”
Ele começou a rir de nervoso.
Nós sabíamos das limitações da Bandeirantes.
Descolorou!!! e quase aos prantos:
“Não”… levando as mãos á testa e tombando dramaticamente no sofá em frente a minha mesa.
Se recompondo:
“É verdade isto? Não é ?… brincadeira ?… confessa!!
Eu calmamente degustando aquele momento disse.
“Botta, quero doze câmeras e uma mesa de som imbatível”
Ele começou a rir de nervoso.
Nós sabíamos das limitações da Bandeirantes.
Levantei e fui até perto dele:
“Bottini , tem horas que é sim ou sim. Escolha!”
Passamos parte da manhã planejando junto com os engenheiros do Queen e da Bandeirantes todos os detalhes daquele que eu queria que não saísse das cabeças das pessoas por tempos e tempos… O “Concerto do Queen no Morumbí”.
“Bottini , tem horas que é sim ou sim. Escolha!”
Passamos parte da manhã planejando junto com os engenheiros do Queen e da Bandeirantes todos os detalhes daquele que eu queria que não saísse das cabeças das pessoas por tempos e tempos… O “Concerto do Queen no Morumbí”.
Deixei os técnicos se acertando e fui levar o Clark
pra almoçar comigo e de lá iria me encontrar com os meninos.
Foi ótimo aquele almoço. Uma mistura de expectativa, conquista e medo…
Me despedi do Walter na porta do restaurante e parti ao encontro da Banda.
Fui seu cicerone. Este tinha sido nosso trato. Eles tinham sede de conhecer São Paulo… Não me fiz de rogado, entramos no carro e lá fomos nós.
Nem eu acreditava…
Nem eles…
Me despedi do Walter na porta do restaurante e parti ao encontro da Banda.
Fui seu cicerone. Este tinha sido nosso trato. Eles tinham sede de conhecer São Paulo… Não me fiz de rogado, entramos no carro e lá fomos nós.
Nem eu acreditava…
Nem eles…
Parte 3:
“O aparato técnico de todos nós”
Era bem cedinho.
Entrava devagarinho no estádio do Morumbí. Estava fria aquela manhã.
Me aproximei daqueles homens que atravessaram a noite construindo o imenso palco e, montando outro tanto que a produção inglesa trazia.
Entrava devagarinho no estádio do Morumbí. Estava fria aquela manhã.
Me aproximei daqueles homens que atravessaram a noite construindo o imenso palco e, montando outro tanto que a produção inglesa trazia.
Era uma “tralha” que só estando perto pra poder
entender e depois, ficar quieto pro resto da vida, pra não me passar por
mentiroso. Caso contasse pra alguém.
Os engenheiros de som selecionavam cabos e mais cabos atrás de uma mesa de som pra uso no palco. A mesa, propriamente dita era algo fantástico. Hoje percebo quão paroquial eu era, mesmo tendo trabalhado nos Estados Unidos.
Os engenheiros de som selecionavam cabos e mais cabos atrás de uma mesa de som pra uso no palco. A mesa, propriamente dita era algo fantástico. Hoje percebo quão paroquial eu era, mesmo tendo trabalhado nos Estados Unidos.
Aos poucos foram chegando os técnicos das diversas
áreas de atuação.
Tínhamos preparado um café bem brasileiro para saudá-los naquele primeiro dia de trabalho. Juntamos-nos todos e, muita conversa e troca de experiências.
Tínhamos preparado um café bem brasileiro para saudá-los naquele primeiro dia de trabalho. Juntamos-nos todos e, muita conversa e troca de experiências.
O São Paulo exigiu que protegêssemos o gramado.
Então, “seu Gino”, gerente do estádio, providenciou “um tanto” de compensado
que não tinha mais fim. Eu dava risada, pois na minha perspectiva aquela
madeira é que acabaria com a grama, enfim!
Seu Gino foi uma pessoa fantástica pro sucesso do nosso evento.
Seu Gino foi uma pessoa fantástica pro sucesso do nosso evento.
Tínhamos consciência de que aquele concerto
marcaria a cidade de São Paulo e abriria o mercado internacional para os grandes
concertos ao ar livre que excursionavam pelo mundo.
Era preciso passar confiança e talento pra coisa. Não podíamos errar. Não mesmo.
Saí do estádio por volta das 2 horas da tarde e fui me encontrar com o Polladian.
Era preciso passar confiança e talento pra coisa. Não podíamos errar. Não mesmo.
Saí do estádio por volta das 2 horas da tarde e fui me encontrar com o Polladian.
Tivemos uma conversa séria sobre direitos autorais,
de imagens e conexos.
Tenho muito cuidado com direito autoral, porque sofro direto o efeito deste devastador piratismo. Sabe o que é cumprimentarem os outros com o seu chapéu? Te usarem? Ser aba de panamá?
Tenho muito cuidado com direito autoral, porque sofro direto o efeito deste devastador piratismo. Sabe o que é cumprimentarem os outros com o seu chapéu? Te usarem? Ser aba de panamá?
Bem, fico por aqui…
Amanhã conto mais…
Amanhã conto mais…
PARTE 4:
“Freddie, Brian, Roger e
John”
A Banda Queen era a simpatia psicodélica em pessoa.
Adorei os rapazes.
Eu estava impressionado com a disposição dos quatro.
Adorei os rapazes.
Eu estava impressionado com a disposição dos quatro.
Imaginem, eles tinham ido do Japão para Buenos
Aires, fizeram uma apresentação por lá,também em um estádio de futebol e,
quando começavam a achar que o mundo era lindo, quem chega perto deles???
Quem??
Isto mesmo. Acertaram.
Isto mesmo. Acertaram.
Eu tenho certeza que eles não eram “chegados” à
drogas. Passei bom tempo da estadia com eles aqui em Sampa e nada notei de
diferente, sei lá.
Já era tantas da madrugada quando saímos do
Victória Pub, um dos raros Pubs no Brasil. As pessoas viam e não acreditavam no
que viam…Olhavam e olhavam até estarem convencidas de quem se tratava. Surpresa
no ar…
Bem, naquela hora os freqüentadores já estavam pra
lá de Bagdá à saída do Pub e, sequer tinham certeza se eles eram eles
mesmos.
A bem da verdade, os meninos da Banda não tinham
suas imagens totalmente fixadas nas mentes juvenis, principalmente no Brasil.
Dia seguinte, dediquei todo meu tempo na televisão,
na feitura de chamadas e “teasers” para colocar rapidamente no ar.
Era uma caveira com top regressivo. Alguém lembra?
Era uma caveira com top regressivo. Alguém lembra?
Fui pro estádio e aí sim senti o drama de perto.
Eles tinham trazido seus equipamentos em um 747 Cargo.
Um 747 !!!
Um 747 !!!
O trabalho dos ingleses, assim como dos brasileiros
era admirável. Todos em sintonia.
Senti-me orgulhoso.
E assim, Freddie, Bryan, Roger e John começavam a entender um pouco do espírito do brasileiro.
E assim, Freddie, Bryan, Roger e John começavam a entender um pouco do espírito do brasileiro.
Brasil, a paixão de Fred Mercury.
Voltamos após o sono merecido…
Voltamos após o sono merecido…
PARTE 5:
“A Televisão e o Queen”
20 de março de 1981.
Estava totalmente absorto e abstraído de tudo e de todos.
Queria me concentrar ao máximo.
Eram cinco horas da tarde.
Estava totalmente absorto e abstraído de tudo e de todos.
Queria me concentrar ao máximo.
Eram cinco horas da tarde.
Deixava os problemas pra traz à medida que me aproximava do estádio
do Morumbí, aquele estádio que daqui a poucas horas abrigaria milhares de
jovens.
Meu coração pulava no peito.
Parei meu carro bem ao lado da carreta (Bandeirantes) e dos ônibus de externa acoplados a ela.
Meu coração pulava no peito.
Parei meu carro bem ao lado da carreta (Bandeirantes) e dos ônibus de externa acoplados a ela.
Andei vagarosamente até o meio do gramado, mãos nos bolsos, relaxado e
com olhar fixo naquele imenso palco e sua estrutura colossal, jamais visto no
Brasil. Parei.
Ao longe, no lado externo do estádio os cânticos dos meninos e meninas,
enaltecendo as músicas daquele grupo que, em algumas horas estaria ali, naquele
palco com paredes de caixas e mais caixas de som, uma muralha. Era
de arrepiar…
Fui me aproximando dos técnicos pra fazer o “check-out”. Chegando mais
perto ouvi uma espécie de discussão entre o pessoal da luz do Queen com o
da televisão.
Pensei no pior.
Não era o pior. Era muito pior do que imaginara…
Pensei no pior.
Não era o pior. Era muito pior do que imaginara…
O pessoal da iluminação da Banda não queria permitir que a televisão
usasse luz no público, ou seja, as imagens do campo estariam sempre no escuro e
não conseguiriam ser captadas pelas câmeras, tecnicamente falando.
Fiquei assustado.
Fiquei assustado.
Trazer o Queen e não poder mostrar sua conexão com aquele povão todo!
A relação dos jovens, com suas reações e energia era parte fundamental
para aquele espetáculo. Imediatamente fui ao encontro do pessoal
técnico-artístico da Bandeirantes e pedi uma reunião.
Enquanto isso, me dirigi ao escritório do Gino (gerente do São Paulo).
Conversei por minutos com ele e voltei pro pessoal da televisão.
Pedi que se preparasse para uma excepcionalidade.
Entrei em contato via-rádio com o controle geral da emissora e solicitei que providenciasse uma máquina extra de vídeo-tape para uma gravação urgente.
Enquanto isso, me dirigi ao escritório do Gino (gerente do São Paulo).
Conversei por minutos com ele e voltei pro pessoal da televisão.
Pedi que se preparasse para uma excepcionalidade.
Entrei em contato via-rádio com o controle geral da emissora e solicitei que providenciasse uma máquina extra de vídeo-tape para uma gravação urgente.
Era uma
emergência.
PARTE 6:
“A invasão no gramado”
Olhei pras câmeras e decidi…
Os portões se abriram e aquela gente toda correndo à procura dos
melhores lugares no campo.
Esperei o maior tempo possível.
Tinha que cair um pouco mais a luz do dia e ter o máximo possível de gente próxima do palco
Esperei o maior tempo possível.
Tinha que cair um pouco mais a luz do dia e ter o máximo possível de gente próxima do palco
Enquanto acontecia toda aquela movimentação no gramado eu reuni no palco
os engenheiros de som e luz e fiz um pedido a eles…
Confirmei por rádio se a área técnica da televisão estava pronta e…
Com as câmeras do palco, no lugar do Queen, viradas para o público, os “câmera-men” iriam dar um show de imagens, closes e expressões emocionadas daqueles rostos jovens e inquietos da massa de gente que em segundos se iniciaria.
Quando as caixas de som emitiram os primeiros acordes da primeira música do Queen, iniciou-se um tremendo delírio de Luz, emoção, cores, lágrimas, mãos se entrelaçando e muito mais …
Era o que eu tanto precisava…
A fita master tocava trechos de cada música que seria executada no espetáculo. Música a música.
Todos aqueles meninos e meninas cantavam e brincavam com suas mãos e assim por diante…
Concluída esta parte, solicitei ao controle master da Bandeirantes que na hora do Concerto ao vivo estivesse simultaneamente ao Show, no swicth da emissora, um diretor de imagens para mixar as imagens que tínhamos gravado com as imagens que viriam ao vivo do concerto.
Confirmei por rádio se a área técnica da televisão estava pronta e…
Com as câmeras do palco, no lugar do Queen, viradas para o público, os “câmera-men” iriam dar um show de imagens, closes e expressões emocionadas daqueles rostos jovens e inquietos da massa de gente que em segundos se iniciaria.
Quando as caixas de som emitiram os primeiros acordes da primeira música do Queen, iniciou-se um tremendo delírio de Luz, emoção, cores, lágrimas, mãos se entrelaçando e muito mais …
Era o que eu tanto precisava…
A fita master tocava trechos de cada música que seria executada no espetáculo. Música a música.
Todos aqueles meninos e meninas cantavam e brincavam com suas mãos e assim por diante…
Concluída esta parte, solicitei ao controle master da Bandeirantes que na hora do Concerto ao vivo estivesse simultaneamente ao Show, no swicth da emissora, um diretor de imagens para mixar as imagens que tínhamos gravado com as imagens que viriam ao vivo do concerto.
No “ar” as pessoas viriam o Queen e os jovens ao mesmo tempo, como se
não tivesse havido aquele contra tempo lá atrás. Lembram-se?
O de não poder usar luz no gramado…
O de não poder usar luz no gramado…
Bem, agora era novamente me concentrar e não entrar em nada paralelo.
Faltava muito pouco tempo.
Tudo parecia correr nos trilhos…
Faltava muito pouco tempo.
Tudo parecia correr nos trilhos…
De repente…
PARTE 7:
“Muita emoção”
“20 de março de 1981″
Já tocava o bip dos trinta segundos.
Eu estava pronto naquela mesa de corte..
Vinte… dezenove… dezoito…
Já tocava o bip dos trinta segundos.
Eu estava pronto naquela mesa de corte..
Vinte… dezenove… dezoito…
Rock, luzes e muita emoção. Quem esperava um atraso de pelo menos meia
hora para o início do show acabou ficando surpreso e perdeu a entrada triunfal
do grupo QUEEN no Morumbi. Britanicamente, Roger Taylor, Freddie Mercury, Brian
May e John Deacon iniciaram o primeiro grande concerto de rock no Brasil
exatamente no horário previsto.
Sob luzes azuis, amarelas, verdes e vermelhas, dez canhões de fachos
brancos que se alternavam durante o espetáculo, ruídos siderais que mais
lembravam uma nave espacial em decolagem, os quatro integrantes do grupo
despontaram no palco, entre nuvens densas de gelo seco, para delírio geral dos
mais de 200 mil jovens que lotaram o estádio.
Neste momento as dezenas de faixas e cartazes confeccionadas por grupos
de fãs foram agitados freneticamente, saudando seus grandes ídolos: “We love
you”; “We like banana and rock”; “Queen: kings of quality rock” escritas em
corretíssimo inglês eram frases que se destacavam na multidão.
Desde seu início, o show já dava mostras de reunir todos os ingredientes
fundamentais para um agitado acontecimento, durante duas horas de intensos
embalos. O profissionalismo da equipe de produção, a sofisticada parafernália
eletrônica, os requintes dos efeitos visuais, uma infra-estrutura jamais vista
no Brasil em shows, os 140 mil watts da aparelhagem não falharam um único
momento, davam o suporte para que o baixista John Deacon, o guitarrista Brian
May, o baterista Roger Taylor e o cantor Freddie Mercury mostrassem porque são
capazes de lotar estádios de futebol.
O pessoal da televisão estava dando um show de técnica e sensibilidade.
Estávamos todos muito concentrados. Eu sentia as lágrimas molharem meu rosto.
Estávamos todos muito concentrados. Eu sentia as lágrimas molharem meu rosto.
Meus olhos
ardiam.
PARTE 8:
“Um final inesperado e sensacional…”
De repente Freedie vem pra boca de cena do palco e faz sinais pra
a platéia (clicarem seus isqueiros)… O povão entendeu.
A luz apagou, a música era “Love of my Life”, milhares e milhares de
faíscas em todo o estádio começaram a piscar numa loucura visual, inigualável,
mesmo. Aquele Hino, as mãos, os choros convulsivos, jovens extasiados, o
estádio ungia suas bênçãos, a sublimação, a eternização da alma.
Meu Deus.
Meu Deus.
Nunca na minha vida tinha me emocionado tanto em meu trabalho.
Eu olhava para os “camera-men” chorando, com dificuldade de manter os olhos abertos pelas lágrimas.
Eu olhava para os “camera-men” chorando, com dificuldade de manter os olhos abertos pelas lágrimas.
Os engenheiros ingleses, os nossos, aquele pessoal da pesada, que só vai
saber do show pela TV, tempos depois.
Todos
estávamos emocionados.
No escuro das faíscas, aquela massa de emoção, já com muita saudade daqueles meninos irreverentes, atenciosos e carregados de muito, muito amor pelo ofício que abraçaram.
No escuro das faíscas, aquela massa de emoção, já com muita saudade daqueles meninos irreverentes, atenciosos e carregados de muito, muito amor pelo ofício que abraçaram.
lindo demais!
ResponderExcluirFelizmente, eu estava lá com minha namorada, hoje minha esposa. Foi emocionante, surpreendente e inesquecível.
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