segunda-feira, 8 de junho de 2015

ROCK IN RIO - relato de quem esteve lá

*** Para quem está se preparando para o evento deste ano... sabe que no site oficial, há um link para pessoas que curtiram outras edições compartilhem suas histórias.. e claro , principalmente quem esteve na 1ª edição...
 Abaixo o texto que enviei com algumas fotos minhas juntamente com meu relato.. que ainda nãos ei se estará no livro proposto pela organização do evento, mas que permanecerá em minha mente.. para sempre!!!



ROCK IN RIO - relato de quem esteve lá




" SE A VIDA COMEÇASSE AGORA .. E O MUNDO FOSSE NOSSO DE VEZ..."





Este tema musical composto especialmente para o primeiro megafestival de música no Brasil ecoava os quatro cantos de pais tropical no verão daquele ano.. O evento ocorreu em janeiro de 1985, mas as propagandas começaram em outubro de 1984 quando o ator Kadu Moliterno falava de algo que iria revolucionar definitivamente o cenário musical brasileiro.

Nas primeiras propagandas não se falava de atrações, nem local definido, nem data, mas já tínhamos em mente de que seria algo único, grandioso e histórico. Esta expectativa foi grande até o mês de novembro quando as atrações foram anunciadas.. e entre elas Queen....... minha banda favorita..... paixão desde 81 quando acompanhei os shows de São Paulo.. e para mim isto bastava..... Nem dei muita importância para o line up do restante do festival....mas minha preocupação maior naquele momento era convencer minha família a me deixar sair de São Paulo e ir até o Rio de Janeiro para um festival que duraria 10 dias. O que se falava era que o Rock in Rio seria criado no molde de Woodsrock, ou seja; sexo-drogas-rock'n rool.. Sendo mulher e menor de idade minha primeira barreira foi convencer minha família a me deixar ir, até porque desde a vinda do Queen em 1981, muitos fãs clubs foram criados, e alguns deles realizaram promoções.. e uma delas tinha como premiação o meet& greet com a banda.

Comecei a participar do concurso como a maioria dos fãs, mas não imaginava que eu ganharia.. passei pelas eliminatórias e me vi na final.. não teve outra opção: conseguir ir a qualquer custo no Rock in Rio.. Minha grande sorte e digo isso de boca cheia, é que minha mãe sempre teve uma cabeça muito aberta e claro sempre gostou muito da voz de Freddie Mercury.. assim ela me deixou ir ao evento com as devidas precauções maternas. Só pude ir nos shows do Queen ( dias 11 e 18) e fui com 2 amigos ( José de Oliveira e Nilton Cardoso)do meu trabalho, maiores de idade e cuja tia morava na lagoa Rodrigo de Feitas e a tia deles aceitou me acolher e cuidar de mim. Minhas mãe em contra-partida, comprou os ingressos no extinto Banco Nacional.

se ônibus até o Rio e lá a tia Nilde, uma mulata da cor da simpatia brasileira nos recebeu e nos acolheu em seu apto. È claro que antes de descansarmos para o que seria nosso primeiro dia no festival, ouvimos os repetitivos conselhos dela em relação a segurança, drogas etc... mas queríamos muito sair correndo e não perder nenhum momento,, ou nenhum pouco do barro que tomava conta de Jacarepaguá.

Pegamos um destes ônibus bem cedinho que saiam de pontos chaves rumo a " Cidade do rock" e chegamos bem antes dos portões se abrirem, mas quando eles se abriram.. pernas para que te quero..... corremos feito loucos ( como é bom ser jovem neste momento) e ficamos bem perto do palco.... prontos para o maior festival de todos os tempos.

Neste momento percebi que parecia que o mundo inteiro estava lá.. tribos distintas, fãs de bandas de rock, de MPB, entre outros... Sentíamos como se tivéssemos na Disneyland do Rock...pois como na Disney o local estava repleto de gente feliz, mesmo com barro até os joelhos, todos imbuídos de sentimentos recíprocos de paz, amor de confraternização , de partilha , alegria e expectativas.. cada um pelo artista ou banda favorita, mas todos naquele momento eram bem vindos.

Falar do Queen se torna fácil não somente pro ser minha banda favoritas desde 1981 até os dias de hoje e para sempre, mas porque foram as estrelas máximas do festival e que marcou a banda, o mundo a histórica perfomace de Mr. Mercury cantando e chorando ao som de " love of my life", o qual tenho a honra de dizer que eu estava lê entre aquela multidão de tupiniquins que cantou e encantou a banda e o mundo com esta canção.

Ter dio ao " Rcok in Rio, foi uma benção para todos aqueles que puderam ir e principalmente para os fãs de Queen foi muito mais que especial, pois um depois a banda parou de tocar e menos de 6 anos Freddie nos deixava para ir cantar no andar de cima.

Para mim foi muito mais prazeroso pois como citei acima, pois fui uma das 4 ganhadoras do concurso e pude ter meet com a banda Queen em 12/01/85 no hotel Copacabana Palace.(mas esta é uma outra história).

Relembrar estes 30 anos, sabendo que Queen voltará com um convidado mais que especial ( Adam Lambert), faz-me querer ir ( e irei) novamente vivenciar um momento mágico que somente a música consegue realizar.. a união de pessoas, povos.. em prol de algo maior.

Rock in Rio 1985 para mim, é sinônimo de sonho realizado!!!

E.. quando se fala de " Rock in Rio".. eu digo com o maior orgulho: EU FUI EM 1985!! EU IREI EM 2015!!



"Que a gente não parasse mais de se amar

De se dar, de viver"

Uô ô ô rô

Uô ô ô rô

Uô ô ô, rock in rio!

 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Roger Taylor vence a " batalha" entre bateristas

Agradecendo a todos que votaram.. o lindo loiro baterista do Queen venceu a concorrida batalha de bateristas. Veja na integra:

http://ultimateclassicrock.com/roger-taylor-march-drum-madness/?trackback=fbshare_mobile_top



sexta-feira, 27 de março de 2015

RE-CONTANDO UMA VELHA MAS ATUAL HISTÓRIA

Como Virei fã de Queen - Por Alba Cássia , conhecida como Lady Taylor





Bem, vamos lá.... Esta história aconteceu a exatamente 34 anos atrás. Sempre digo que todo fã de qualquer artista/personalidade  sabe como se tornou admirador ou fã desta pessoa. No meu caso , sei exatamente o dia - local e momento em que me tornei fã de Queen. Foi no dia 21/03/1981 no Morumbi quando a banda Queen tocava pela primeira vez no Brasil. O momento exato que rendi à sua majestade foi no solo de Roger Taylor - baterista - cantando I'm love whit my car.....Mas a verdade é que a história não começa assim.. vamos então começar do começo:
Eu era uma adolescente normal, que curtia as coisas da minha geração, ou seja, A Discoteca.. final dos anos 70 e me rendia a John Travolta ( que era meu ídolo) e os embalos de sábado a noite. Pois bem.... todas as festinhas, bailinhos e afins eram regados a muito ABBA, BEE GEES e a trupe de músicas e artistas que faziam sucesso naqueles anos...
Eu estudava numa escola de freiras perto de casa o Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, estava no 3º colegial ( hoje chamado e ensino médio)., fazia o curso técnico em laboratório de análises químicas.. e na minha sala havia duas garotas com eu me dava melhor a Milena e a Andreia.. esta segundo minha best friend.. Pois bem.. fazíamos tudo juntas... papos e papos  sobre todos os assuntos possíveis..
Um destes assuntos que entrou em nossa roda de papo foi a vinda do Queen pela primeira vez na América latina.. Queen?? Quem? Esta era eu, perguntando pra minha amiga Andreia, fã assumida da banda juntamente com seus irmãos e amigos de irmãos.... Aliás uma boa parte deste grupo ia , e acabou mesmo indo ao Morumbi ver Queen. Eu na época nem quis ir ou deixar de ir.. os combinados, conversas e outros que surgiam na roda de conversa sobre o assunto me deixavam totalmente alheia... Aprendi alguma coisa sobre o Queen, e sabia um refrão ou outro, até porque nas rádios houve uma avalanche queennera.
 Tenho que ressaltar a alegria e ansiedade deste grupo, e imagino dos fãs e admiradores da banda já naquela época... Eu assistia tudo  como telespectadora, sem nenhuma emoção aflorada, afinal não era fã, nem admiradora, nem conhecedora da banda.. sabia que eles tinham uma música que parecia ópera, uma outra que todo mundo cantava junto com o vocalista e que tinham feito a trilha de uma filme de super herói.. e ponto final.
 Na semana do show, minha amiga chegou na escola com uma missão pra mim e pra Milena: Uma das duas tinha que ir com ela no show, senão ela não iria por ser menor de idade. Uma das primas que ia, acabou não podendo ir ( não me recordo o motivo, até porque eu nem dei muita atenção ao acontecimento). Acreditem , a Milena topou ir, mas a mãe dela a proibiu por ser menina, menor etc.. etc.. então aso prantos a minha best amiga me colocou na parede e disse que se eu não fosse, nossa amizade estaria acabada pra sempre ( típico drama de adolescente|). Falei então com minha mãe.. que queria MUITO ir.. ( não pela banda, confesso), mas não queria perder minha amiga.. Sorte? Destino? Benção?! Só Deus sabe.. Minha mãe, Ruth, fez todos os questionamentos possiveis: quem leva, quem traz, quem busca, quem fica com vocês, quantos adultos vão.. etc.. etc. etc.. Então ela e a mãe da Andreia falaram um bom tempo ao telefone.. no final ela me diz: Pode ir, mas juízo..... e claro uma hora de conselhos , orientações etc.. maternais... Um detalhe: Minha mãe adora Freddie Mercury.. e eu só descobri depois deste show que ele ( e abanda) era um dos Compact Disc que ela mais ouvia  ( hahaha hoje todos meus!!).
Então fui OBRIGADA pela minha amiga ( a qual agradeço até hoje), e curti o show.. mesmo ficando lá no final.. bem longe do palco.... e conseguindo ver uma coisa ou outra melhor porque o Tito ( irmão mais velho de minha amiga), me emprestava o binóculo..
 Adorei o Brian ( pessoa que eu não sabia quem era, o que fazia), mas achei-o simpático em falar em português conosco.. Adorei o Love of my life, e o público cantando.. a grandiosidade do show, dos fãs, da energia.. tudo muito majestoso.. e claro.. amei.. quando o moço loiro cantou com sua voz rouca.. aliás eu pensava que ele era o Deacon... pois eu pensava que “bass” em inglês fosse bateria, kkkkk..
 No final do show, quando entramos num dos carros de pais que foram nos buscar ( depois de andar muuuito..), no carro estavam eu, a Andréia,  o Tito e amigo dele e o pai da Andreía.. Tito vira pra mim e pergunta se eu gostei.. e eu repondo que sim ( e era a pura verdade, tinha gostado muito do show).. Então a pergunta fatídica: Você quer vir amanhã com a gente?, Amanhã tem show de novo? Pergunto.. e ele responde um sonoro sim... então respondo com outra pergunta que, na minha opinião, define esta fã: O moço loiro de voz rouca vai tocar e cantar de novo?? Quem?, reponde o Tito.. o Taylor vai sim, claro ele é da banda... rs.. Então eu repondo outro sonoro SIMMMMMM e nesta data nasceu uma fã apaixonada pelo Queen com uma predileção assumida pelo moço ( hoje não tão moço) loiro, de voz rouca, que toca bateria...
FIM.. só que não.. pois passei a comprar tudo da banda e esta paixão dura a exatamente 34 anos.. e lá se foram mais uns 17 shows de Queen, sendo mais 2 com Freddie.. 5 com Adam... ( por enquanto) e uns 10 com Paul........ fora idas a Londres, Montreux, calçada da fama em L.A. etc.. etc.. etc...


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O último show do musical WWRY em Londres.. relato de uma fã...

Olá, sai de la agora....... A última apresentação do musical WWRY foi de marcar história....A familia do Deacon esteve mas ele não...falei com o Brian no fim...foi muito entusiasmante.. Optei por não fica tirando fotos, mas observar e curtir cada momento.. Porém muitos fãs tiraram..mas tenho amigos que tiraram..foi muito emocional...cada tema que cantavam...era aplaudido..como sendo o fim do show..sim claro..foi muito intenso...........



Falei com o Brian..O Roger saiu pela outra porta.. da banda Queen, eu falei com o Brian..Convidados falei com o Ricardo Afonso e antiga Killer Queen.

Falei com Malta do cast actual e com alguns músicos.





A cerca de um mês do encerramento do Musical WWRY...recebi a confirmação de que tinha direito a 2 bilhetes para tal...devido ao facto de ter enviado um e-mail, como sócio do International Queen Fan Club...a solicitar o mesmo...confesso que chorei quando soube que o Musical iria acabar...um tal tributo a Freddie Mercury...e aos Queen...devia durar para sempre...quando recebi o e-mail...comemorei como se de um golo se tratasse...de imediato tive sentimentos antagônicos...de alegria, por puder estar presente...de tristeza...por ser o último...tinha também a percepção de que mais uma vez puderia assistir a Brian e Roger...a tocarem 1 ou 2 temas, tal como se veio a confirmar...


A primeira vez que assisti ao musical, foi a convite do Galileo da altura, o português Ricardo Afonso ( actor principal em dois períodos distintos), tinha elaborado uma reportagem com ele para o Jornal As Notícias, jornal para os portugueses residentes no Reino Unido...
Sempre fui muito céptico em relação a algo de Queen, não envolvendo os 4...todavia..e após ter assistido a primeira vez ao WWRY...tornei-me fã do Musical...e confesso que as lágrimas me escorreram pelos olhos ao longo de alguns momentos da peça...
Vi depois o X Aniversário, bem como o XI Aniversário...a primeira ocasião teve um brilho ainda maior, devido à chuva de estrelas que compareceu para prestar tributo ao X Aniversário...Robert de Niro...Nick Mason, Samantha Fox...Kashmira, Rufus Taylor...e claro Brian e Roger...entre muitos outros...

Apanhei o expresso para Londres,com um nervoso miudinho...ainda para mais,com o flyover de Hammersmith fechado ao trânsito...o autocarro demorou mais duas horas do que o previsto...
Quando cheguei ao Dominion Theatre vieram-me as lágrimas aos olhos...havia uma bandeirinha na estatua do Freddie...onde se lia "by for now"...nas paredes do teatro em ambos os lados,projectada a sombra do Freddie...arrepiante...


Ainda cheguei a tempo de ouvir o Bohemian Rapsody...do lado de fora...isto da matinée...,mal me apercebi que o Brian estava a tocar...mais uma vez as emoções tomaram conta de mim...
Os rostos de amigos destas ocasiões foram sendo cada vez mais,sendo que conheci pessoalmente pela primeira vez,alguns fãs de Queen que tinha conhecido via facebook.

Terminada a sessão da tarde,e tendo os meus amigos André e Joana,a quem consegui bilhetes,chegado,decidimos ir para a Stage door,verdade que nem Brian nem Roger lá passaram...mas passaram muitos rostos conhecidos de casta antigos do musical,e alguns dos grandes músicos que o acompanham...com especial menção para Spike Edney...e para Nei Murray...Neil Murray
Olhando para o relogio estava na hora de ir ter com a Jacky Smith...para ir buscar os tickets...não sabia qual a localização e nem sequer me interessava muito...interessava estar lá...isso sim...



Chegou a hora de entrar...mal os primeiros acordes do "It's a beautiful Day" surgiram...os aplausos foram tão fortes...ao ritmo da musica que quase abafou o som da musica...segundos antes o staff do teatro tinha estado a dar lenços de papel...percebeu-se porquê...muita gente começou de imediato a utiliza-los para limpar as lágrimas que iam rolando pela cara de muitos...curiosamente na maior parte dos casos...acompanhadas de um sorriso
Olhei para a parte de cima do palco do lado esquerdo...conseguia claramente ver o Neil Murray...que emoção...,a primeira fala do musical foi aplaudida como se do fim do mesmo se tratasse...
Estou a fazer nos tempos livres,agora estive a jantar..



Longe de querer exagerar, tenho a percepção de que o final do primeiro tema, foi aplaudido de pé por uns 5 minutos, perante o olhar atônito e incrédulo dos actores em palco...rapidamente o musical ganhou formato de concerto...e música após música o entusiasmo foi crescendo cada vez mais e mais...havia na sala um misto de emoções, todos sabiam que este era o fim...mas também já se tinha ouvido falar numa sequela do musical, o que faz com que a tristeza fosse menor...por outro lado...algumas das pessoas, como a Joana e o André, que me acompanharam neste dia...iriam ver Brian e Roger pela primeira vez ao vivo...

Mesmo com toda a gente sabendo que eles iriam tocar...o delírio foi imenso quando o Brian apareceu, vindo debaixo do palco, numa plataforma ascendente...de igual modo quando a bateria apareceu...e com ela Roger Taylor...foi algo de absolutamente inesquecível e arrepiante!!!
as marcas da idade...bem visíveis no rosto de ambos...não apagam a sua genialidade...nos discursos..foram lidos números oficiais relacionados com o WWRY London...absolutamente avassaladores...

Depois do fim do musical...ainda tempo para o The Show Must Go On...talvez um prenúncio da sequela que está a ser preparada...



No fim, voltei a dirigir-me à entrada de artistas...um por um...foram saindo...alguns dos músicos...estão no musical desde que se iniciou...fantástico...com alguma perplexidade alguém notou que Cameron Deacon...saiu por essa porta...mais uma vez o Roger saiu por onde eu não estava...mas tranquilo, depois da foto que a Lady Taylor me tirou com ele, e das breves palavras trocadas...duas vezes no mesmo dia...saiu Brian May e a sua esposa...Anita Dobson...ele de calções...ela com um vestido de gala...ao meu lado Jim Beach, olhava...o motorista de Brian foi novamente fantástico como sempre...na breve troca de palavras...perguntámos ao Brian como se sentia...ao que ele sorriu e respondeu que bem...perguntou-nos de seguida...o que achávamos da ideia de uma sequela...
desta vez não pedi autógrafo nem pedi foto...fiquei simplesmente a olhar...com vontade de me beliscar...para ter a certeza de que não passava de um sonho...e que Brian May....estava ali mesmo à minha frente...



WWRY, the final curtain...mas que dia....!!!!

Por Nuno Custódio

terça-feira, 7 de outubro de 2014

ROADIE CREW – CLASSIC SERIES “ OS MELHORES DISCOS DE 1980” Ed. Dez/2010

Introdução de Bento Araújo:

Para este primeiro número, nada melhor do que relembrar o ano de 1980, talvez o melhor ano do Heavy Metal. Foi neste ano que o Metal e o Rock voltaram ao topo ( o autor cita várias bandas, e entre elas Queen).
A revista fala de um modo geral  , histórias, tours, festivais , etc... do ano – mês a mês, mas ressaltaremos aqui as citações e/ou aparições referentes a banda Queen.

Pág.45: Aparece a foto de Iommi com Brian e Eddie em 1978 – parte de uma entrevista.



O Queen aparece novamente na pág.72 na coluna “ destaques do mês de outubro” com os seguintes dizeres:
ACONTECIMENTOS: Em 04 de outubro, o Queen rouba na cara dura a linha de baixo de “ Good Times” do Chic e lança o compacto de “ Another One Bites The Dust”, que vai direto para o primeiro posto da parada norte-americana. A canção também emplaca na parada R&B, geralmente dominada por artistas negros. A banda entra para o Guiness por ser “ uma das mais bem pagas do Reino Unido”.
Novamente na pág. 92 – a lista dos 80 melhores discos e no mês de junho entra o álbum : “ The Game” – Queen.
“ O último grande disco do Queen ( segundo o autor), foi o mais vendido do grupo nos USA e trazia os megas hits: “ Another one bites the dust”, grazy little ....play the game. ...”
Foi também a primeira vez que a banda usou sintetizadores, deixando claro nos encartes dos trabalhos anteriores.


Pessoalmente, mesmo não sendo musicista ou especialista em áreas similares, achei que a revista deixou muito a desejar. Houve uma super valorização de algumas poucas bandas – e todas da linha Metal). E outras bandas acabaram sendo apenas citadas., sem grandes destaques merecidos.
Mas vale pela informação e conhecimento.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Freddie Mercury: Características vocais do cantor

Detentor de uma voz poderosa e extremamente original, Freddie Mercury, apresentou ao mundo aquela que talvez tenha sido a voz mais imponente da história do rock.
O presente artigo têm o intuito de esmiuçar a voz do Freddie Mercury, externando algumas de suas características mais marcantes.

• Características vocais:
Freddie Mercury tinha uma voz extremamente versátil, capaz de transitar, com a mesma competência, por regiões graves, médias e agudas. Por muito tempo, acreditou-se que Freddie era tenor ligeiro, ele tinha um histórico invejável, com a excelente área de 3 oitavas e uma sexta maior, incluindo seu falsete (F1 - D5).
Como o falsete não conta como parte da faixa real de uma pessoa, o seu alcance real na voz plena era de três oitavas (F1 - F4).

Mas, na realidade, Freddie, segundo ele próprio, era barítono, e não tenor. Sua gama mais grave (abaixo de C2) não faz parte da gama de um tenor. Freddie fora um barítono, que cantou a maior parte de sua carreira, na tessítura de um tenor, principalmente nos anos 70.
Normalmente mantinha sua voz entre G2 e G3, sendo que sua voz de cabeça o ajudava a atingir notas altíssimas com facilidade, como pode ser conferido em 'Somebody To Love', onde Freddie demonstra total controle de sua voz, além de técnica primorosa, para um auto-didata. Em algumas músicas do Queen, Freddie chegava a atingir um C4, por intermédio de sua voz de belting e falsete, mas não era uma região confortável para ele, e em virtude disto, ao atingir esta nota, não soava tão natural.
Com o decorrer de sua carreira, Freddie permitiu-se transitar com a sua voz entre E2 e F # 3 (uma terça menor abaixo do seu recorde anterior), embora tenha demorado um pouco para chegar à esta marca confortavelmente. Freddie costumava transitar com sua voz de cabeça entre D3 e F # 3, sendo que o seu falsete, normalmente, transitava entre F3 e G3.
Em "Exercises In Free Love' Freddie alcança um C3, sua nota mais baixa em falsete, sendo que ele vai de A3 até o C3, e em alguns momentos (imperceptíveis para ouvidos não treinados), ele chega em D3, saindo do falsete para sua voz de cabeça, em uma mudança repentina, difícil de notar durante a música, e segue transitando entre C3 e D3 durante a canção.
Ao falar, Freddie mantinha sua voz entre B1 e G2, variando foneticamente, dependendo de inflexões de sotaque (embora tenha nascido em Zanzibar, Freddie tinha um forte sotaque britânico, cheio de maneirismos e peculiaridades). Na maior parte do tempo mantinha sua voz falada em E2.
• História Vocal:
A princípio, acredita-se que Freddie era auto-didata, o mesmo declarava abertamente que nunca havia estudado técnica vocal, entretanto, por tratar-se de um multi-instrumentista, Freddie tinha um ouvido bem treinado e apurado, capaz de identificar tons com facilidade, o que certamente lhe ajudou a desenvolver suas habilidades ao cantar. O único contato que Freddie teve com técnica vocal, fora em um internato, na Índia, quando fazia parte do coral da instituição, onde ele desenvolveu boa parte de sua habilidade de canto.
Com a idade, e o excesso de álcool e cigarros, a voz de Freddie foi naturalmente endurecendo, e se tornando um pouco mais grave, como pode ser aferido no show realizado em Wembley, em 1986, onde se, comparado aos concertos dos anos 70, e embora Freddie se mantivesse afinado, a diferença entre sua voz nos anos 70 para os anos 80 era extremamente perceptível, não estava nem pior, nem melhor. O que ele perdeu em leveza, ganhou na mesma proporção em potência, sendo que sua voz, até o último ano de sua vida, manteve-se excepcional.
A voz do Freddie pode ser dividida em três fases distinta:
- 1972 até 1974 (Predominância de falsetes e voz de cabeça)
- 1975 até 1980 (Predominância de voz mista e voz de cabeça)
- 1980 até 1991 (Predominância de voz de peito e voz mista)

Antes de gravar seu primeiro álbum com o Queen, Freddie tinha o nome artístico "Larry Lurex", e sob este nome, gravou duas canções demos, que serviram como base para que Brian May e Roger Taylor o aceitassem como substituto de Tim Staffell na banda Smile, banda esta, que serviu como embrião para a criação do Queen. A primeira canção gravada fora "Goin Back" (Cover da cantora Carole King) e a outra canção gravada fora "I Can Hear Music" (Cover dos The Beach Boys). Nestas duas canções, nota-se que Freddie cantava de forma muito aguda, demonstrando o que talvez tenha sido o seu maior registro cantando por meio de falsetes. Em "Goin' Back", Freddie canta quase sempre acima da F3, e em "I Can Hear Music", a tônica é uma G3. Pode se dizer que sua voz soava como a de uma mulher.
No álbum "Queen", Freddie continua, em alguns momentos, demonstrando esta tendência externada em sua época como Larry Lurex, como pode ser aferido em canções como "Liar", "Doing All Right", "The Night Comes Down" e "My Fairy King'.
Em Queen II, esta voz aguda continua sendo notada. Como pode ser aferido em canções como "White Queen", "The Fairy Feller's Master Stroke", "Nevermore", "The March Of The Black Queen", "Funny How Love Is" e "Seven Seas Of Rhye".
Já em Sheer Heart Attack, Freddie abre mão da predominância por agudos e se concentra mais nas regiões dos médios e graves, e embora os agudos continuem presentes, nota-se que sua voz começa a se tornar mais encorpada e visceral. As músicas que demonstram esta tendência são "Killer Queen", "In the Lap Of the Gods", "Lily Of the Valley" e "In The Lap Of The Gods... revisited". Em 'Lily Of The Valley', Freddie mostra um pouco de sua vasta gama vocal, transitando de B1 à C4.
Nos discos seguintes, mais precisamente do disco "A Night At The Opera", até "The Game", Freddie conseguiu estabilizar sua voz, aprimorando tanto a região dos graves, quanto dos médios e agudos, usufruindo com clareza de belting, voz de cabeça, voz de peito, voz mista, voz plena, etc. As canções passaram a exibir registros vocais equilibrados, sem exageros, tanto nos graves quanto nos médios e agudos. Esta tendência pode ser conferida em canções como "Bohemian Rhapsody", "Love Of My Life", "You Take My Breath Away", "Good Old-Fashioned Lover Boy", "The Millionaire Waltz","Seaside Rendezvous", "My Melancholy Blues" e " Play The Game".
A partir do album "The Game", a voz de Freddie começou a endurecer, ou seja, se tornou um pouco mais grave, mas tal característica, de maneira alguma, não o impedia de transitar por regiões mais agudas, embora fosse menos confortável do que nos anos 70.
Isto pode ser conferido em "Another One Bites the Dust", onde ele canta em um tom relativamente baixo na maior parte da primeira estrofe, e em seguida, começa a cantar uma oitava acima. Na parte em que diz "Out of the doorway the bullets RIP", Freddie atinge um esplendoroso E4.
Nos anos posteriores, a medida em que abusava do álcool e do cigarro, Freddie, quando cantava ao vivo, já tinha um pouco mais de dificuldade de repetir alguns de seus registros dos anos 70, embora se sobressaísse, dando novas e competentes interpretações às canções.
No álbum The Works, esta característica pode ser notada em músicas como "It's A Hard Life", "I Want to Break Free" e "Keep Passing the Open Windows". Em contrapartida, Freddie ainda mantinha-se eficáz quando precisava realizar registros um pouco mais agudos, como pode ser visto em "Is This The World We Created".
No álbum A Kind of Magic, sua voz já encontrava-se um pouco mais grave, e para alcançar as notas mais altas, Freddie usufruía de falsete e não mais de sua voz de cabeça. Sua voz estava mais potente e visceral, entretanto, não tinha mais a leveza de outrora. Isto é visível em quase todas as músicas, como One Vision"," Kind Of Magic", "One Year Of Love", "Princes Of The Universe", "Friends Will be Friends" e "Who Wants To Live Forever". Em "Pain Is So Close To Pleasure", Freddie opta por falsete para dar maior leveza à canção.
A tendência é a mesma no disco "The Miracle". Exceto em algumas passagens esporádicas do disco. Músicas como "I Want It All", "Breakthru", "Rain Must Fall", "The Miracle", "Kashoggi's Ship" e "Scandal" demonstram essa tendência. Em "Hang On Em There" e "Was It Worth It All", Freddie atinge um dos registros mais altos de sua carreira com voz de cabeça, um E4.
Innuendo é um album peculiar. Neste album estão inclusos todas as fases da voz do Freddie. Em seus últimos anos de vida, Freddie fez um esforço sob humano para entregar um album definitivo do Queen, um album que contasse com todas as suas características vocais e conseguiu. Está tudo lá, todos os registros vocais já realizados por Freddie em sua carreira, podem ser conferidos neste disco. Em algumas músicas como "Don't Try So Hard", Freddie transita entre falsete e voz de cabeça com extrema facilidade. Em 'These Are The Days Of Our Lives", Freddie canta com um pouco mais de leveza do que o natural, dando mais dramaticidade, e ao mesmo tempo, doçura à canção. "I'm Going Slightly Mad" é cantada em um tom muito grave para Freddie, possivelmente a música com tom mais grave cantado por ele desde a emblemática "Another One Bites the Dust", e isto pode ser conferido também em "Ride The Wild Wind".
Em "Innuendo" e "The Show Must Go On", Freddie contempla o ouvinte com uma versatilidade descomunal, conseguindo aliar leveza com potência de forma inteligente. Em "Innuendo", Freddie apresenta um dos mais altos registros vocais sob intermédio de sua voz de cabeça, um E4. É possível encontrar tais características também em canções como "Let's Turn It On", "The Hitman". "All God's People" é uma canção que demonstra o talento sobrenatural do Freddie, ele transita entre C4, D4, E4 e F4.
• Extensão Vocal:
Seu alcance vocal natural está entre F1 a D5. Isto significa que Freddie tinha um alcance vocal de cerca de 3 (três) e meia oitavas.
Freddie cantou a maior parte de sua carreira por meio de sua voz de cabeça e voz mista, e ocasionalmente utilizava sua voz de peito. Seu recorde alcançado por intermédio de sua voz de cabeça, sem utilização de falsete, fora um F4, nota alcançada na canção "Barcelona".

• Freddie Mercury Ao Vivo:
Ao vivo, Freddie, na maior parte do tempo, principalmente nos anos 80, não se preocupava em tentar reproduzir seus registros mais altos dos discos de estúdio. Nas apresentações dos anos 80, evitava falsetes, com raras exceções, e priorizava a região dos médios, cantando quase sempre com sua voz de cabeça. Os falsetes eram, comumente, executados pelo baterista Roger Taylor.
Entre as raras exceções em que Freddie executava falsetes ao vivo, aferimos a canção "In the lap of the gods", mais precisamente, na passagem "It's so easy, So risky, so funny". Ao vivo Freddie priorizava externar uma voz mais potente e imponente, utilizando falsetes e vibratos na medida certa, sem exageros.
Certamente, Freddie foi um dos melhores vocalistaS da história do rock, há controvérsias, pois muita o considera o melhor. Mas no final das contas, o que vale é o gosto particular de cada um. Freddie não era extremamente virtuoso, mas aliava técnica à feeling com maestria, além de possuir muita versatilidade, o que lhe permitia transitar entre várias vertentes...ópera, rock, pop, etc.
Esclarecimentos sobre termos técnicos utilizados no artigo:
- Falsete: É o registro vocal externado quando emitimos uma voz mais aguda da nossa tessítura vocal original.
- Voz de cabeça: Muitas vezes confundida com falsete, a voz de cabeça é mais aguda com conseguimos fazer, sem usufruir de falsete. Identificamos que estamos fazendo voz de cabeça quando sentimos a ressonância do som na cabeça.
- Voz de peito: Voz natural, é a voz que utilizamos para falar. Identificamos que estamos fazendo voz de peito quando sentimos a vibração sonora no peito.
- Voz mista: Combinação de voz de peito com voz de cabeça.
- Belting: É uma combinação da ressonância frontal com a voz mista.